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TCU pode decidir bloqueio de bens de Graça Foster

Relator, Ministro José Jorge, deve pedir bloqueio de bens de presidente da Petrobrás. Voto será entregue hoje na sessão do Plenário, que tem início previsto para as 14h30min.
Fábio Fabrini | O Estado de São Paulo
20 de agosto de 2014 às 13:34

O ministro José Jorge, do Tribunal de Contas da União (TCU), deve pedir hoje o bloqueio de bens da presidente da Petrobrás, Graça Foster, e do ex-diretor da estatal Jorge Zelada por dano ao erário na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). O tribunal avaliará em plenário se os dois executivos, que participaram do negócio, têm responsabilidade no caso e também devem ser ouvidos em processo que apura prejuízo de US$ 792 milhões na transação. 

 

Segundo fontes do tribunal ouvidas pelo Estado, o voto de José Jorge, disponibilizado na noite de ontem aos demais ministros da corte, mantém a posição inicial de estender a restrição patrimonial a Graça e Zelada, apesar da pressão contrária do governo nos últimos dias e da defesa pública feita pela presidente Dilma Rousseff sobre a atuação da presidente da estatal, sua indicada ao cargo.

 

Permanência. Uma eventual responsabilização de Graça cria dificuldades à permanência dela no comando da Petrobrás, como admitiu o próprio chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams. Ele e advogados da estatal percorreram gabinetes dos ministros da corte, nos últimos dias, na tentativa de convencê-los de que a restrição poderá trazer prejuízos financeiros à maior empresa pública brasileira, além de trazer embaraço à presidente.

 

Adams marcou audiência com José Jorge para a manhã de hoje, horas antes do julgamento. Questionado ontem, o relator não quis antecipar o seu voto, que pode ser alterado até o momento da sessão. Além dele, Adams pretende levar argumentos a mais dois ministros, com os quais ainda não conversou.

 

Se a proposta de punição for levada adiante por José Jorge, espera-se reação de outros ministros, que devem apresentar votos divergentes. A decisão final é por maioria no plenário. Segundo dois integrantes do TCU ouvidos pelo Estado, o bloqueio de bens de Graça Foster poderia trazer grandes prejuízos financeiros à estatal, que tem ações na bolsa, além de sacrificar, antes de uma "apuração aprofundada", a permanência da presidente no cargo.

 

No mês passado, o TCU determinou que o patrimônio de outros executivos que participaram do negócio, entre eles o ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli, deverá ficar temporariamente indisponível para eventual ressarcimento de prejuízos à estatal. Os nomes de Graça e de Zelada não teriam sido incluídos na lista por um erro do tribunal.

 

Há duas semanas, José Jorge apresentou seu voto, sugerindo que os demais integrantes da corte o seguissem na decisão de bloquear os bens de Graça e Zelada. Contudo, retirou o processo de pauta após ouvir em plenário os argumentos de Adams. O chefe da AGU defende que a indisponibilidade dos bens de dirigentes da Petrobrás seja avaliada de forma individualizada.

 

"A lei, quando fala em indisponibilidade (de bens), remete a um juízo individualizado. Eles (os ministros) podiam decidir 'individualizadamente' no caso dela (Graça Foster)", afirmou Adams ontem.


Leia mais em:

http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,relator-deve-pedir-bloqueio-de-bens-de-presidente-da-petrobras-imp-,1546468


Confira a Pauta da sessão de hoje do Plenário do TCU

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