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Gabrielli depõe por quase cinco horasEx-presidente da estatal disse aos integrantes da CPMI da Petrobras que a compra da refinaria de Pasadena foi 'barata' e negou que Lula tenha participado das negociações. Oposição reclamou que Gabrielli não respondeu devidamente as perguntas.Agência Câmara Notícias
26 de junho de 2014 às 12:30
O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli defendeu os investimentos da estatal em quase cinco horas de depoimento, nesta quarta-feira (25), aos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades na empresa. Foi a terceira vez nos últimos meses que ele veio ao Congresso Nacional falar sobre a estatal. Gabrielli afirmou que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi “barata” ao ser considerada a capacidade de refino de 100 mil barris ao dia. “Compramos uma refinaria com capacidade de refino barata”, disse. Segundo o ex-dirigente, o preço ficou em 5.540 dólares por barril refinado ao dia, pouco mais da metade do custo médio de refinarias norte-americanas. A refinaria foi adquirida pela Petrobras da empresa belga Astra Oil, depois de um processo de arbitragem judicial, por 1,25 bilhão de dólares. Ele também repetiu o discurso feito há duas semanas pela atual presidente da estatal, Graça Foster, de que a compra de Pasadena foi um bom negócio à época. “Eu digo a mesma coisa, foi um bom negócio na época e hoje em dia não é. Essa diferença é uma boa retórica política, mas não na realidade”, afirmou em resposta ao líder do Solidariedade, deputado Fernando Francischini (PR). Cláusulas A cláusula obrigava a estatal a comprar os outros 50% da Pasadena em caso de desentendimento entre os sócios. Ele lembrou que a put option só foi analisada quando houve o processo para comprar a outra metade da refinaria norte-americana em 2008, e não no início da compra, em janeiro de 2006. Cunha criticou a avaliação dos valores da compra de estoque feita pela empresa Astra Oil na aquisição da refinaria da empresa Crown, em 2004, antes de vendê-la à Petrobras, dois anos depois. “Me parece um disfarce fiscal para compra da refinaria”, disse. Gabrielli criticou informações veiculadas na imprensa e questionou o custo de 42,5 milhões de dólares da compra da refinaria pela Astra Oil, em 2004, adquirida da Crown. “Essa é uma informação equivocada, falseadora e que não considera a realidade do mercado”, disse. Ele afirmou que os custos da aquisição chegaram a 360 milhões de dólares, ao considerar valores com aquisição de estoques e de investimentos feitos pela Astra. Discussão “O senhor tem possibilidade de fazer o espetáculo que quiser como deputado de oposição”, respondeu Gabrielli, depois de afirmar que não houve reunião do ex-presidente Lula com representantes da empresa belga Astra Oil na Escandinávia para falar sobre a refinaria de Pasadena. Abreu e Lima Para Mabel, o valor da Abreu e Lima está “fora da curva”. Ele afirmou que ou o orçamento inicial da refinaria pernambucana foi extremamente prematuro quando foi decidido ou se levou para o conselho de administração um “estudo furado”. Gabrielli justificou dizendo que há várias fases de análises do orçamento e a primeira era apenas um rascunho, sem analisar toda a obra. O orçamento da Abreu e Lima passou de 2,3 bilhões de dólares, em 2001, a 18,5 bilhões de dólares, e poderá chegar a 20,1 bilhões de dólares até a inauguração, prevista para novembro, conforme projeções da estatal. A refinaria deve ter capacidade de refino de 230 mil barris/dia, pouco mais que o dobro da Pasadena, nos Estados Unidos, com 100 mil barris/dia. Proteção Gabrielli afirmou que não deveria haver nenhuma cláusula, pois não havia associação firmada entre os governos brasileiro e venezuelano, mas tentativa de associação. “Estávamos tentando uma associação de ‘ganha a ganha’ dos dois lados. Houve mudanças no marco regulatório venezuelano”, disse. Depois da demora da empresa venezuelana em participar da construção, a Petrobras incorporou os 40% que ficariam a cargo da PDVSA, em dezembro de 2013. Leia mais em: |