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Fracassa mais um leilão da ANEEL

Dois de quatro lotes ficam sem lances em leilão da Aneel. Primeiro leilão de transmissão de energia do ano teve como vencedoras a espanhola Cymi e a CPFL Geração.
Anna Flávia Rochas | REUTERS
10 de janeiro de 2015 às 11:47

O primeiro leilão de transmissão de 2015 teve a espanhola Cymi Holding e CPFL Geração como vencedoras e dois lotes sem interessados que serão incluídos no próximo leilão, em abril, quando as condições para os investidores devem ser melhoradas. Foram oferecidos quatro lotes para Licitação, com um total de 905 quilômetros de linhas de transmissão e investimentos que somariam R$ 1,7 bilhão.



O mercado já esperava cautela dos investidores diante das taxas de retorno possíveis na disputa, que não estariam de acordo com o aumento da percepção de risco. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que já estava avaliando readequações para leilões de transmissão futuros, informou que o custo médio ponderado de capital (WACC, na sigla em inglês) deverá ser elevado para o próximo certame, o que pode colaborar para elevação das receitas anuais permitidas (RAP).



“Para o leilão que vamos realizar em abril, certamente, haverá diferenças (...) Esse WACC será alterado um pouco para maior. Nossa expectativa é que o WACC seja aumentado, mas o porcentual específico nós não temos ainda”, disse o diretor da Aneel Reive Barros, em coletiva de imprensa após o leilão.



Outros temas que estão sendo reavaliados pela Aneel são problemas relacionados ao licenciamento ambiental e tempo necessário para entrega de equipamentos.



No leilão de ontem, dois lotes - o F, em Rondônia, e o J, em Goiás - não receberam lances. O diretor da Aneel André Pepitone disse que isso não tem relação com o valor da RAP estabelecida pela agência para a competição. “Há uma questão de prazos envolvidos, de fornecimento pela indústria, e talvez isso aí tenha afetado esses dois lotes. É o que a gente vai reavaliar para voltar com esses dois lotes já no leilão de abril”, disse ele.



O lote F vai permitir o escoamento da expansão das usinas do Rio Madeira para as Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Já o lote J é importante para o controle de tensão de forma a estabilizar a interligação Norte-Sul, reforçando o sistema para o deslocamento de energia da hidrelétrica Belo Monte.



O leilão de ontem deveria ter ocorrido em dezembro, mas a agência decidiu adiá-lo para este ano e excluiu seis lotes da competição para reavaliar as condições antes de licitá-los. O próximo leilão, em abril, além dos empreendimentos não licitados no leilão deverá contar com os outros seis lotes que foram excluídos.



O número de R$ 10 bilhões em investimentos previstos nos empreendimentos a serem licitados em 2015 não inclui o segundo circuito de Belo Monte, que deverá ser licitado no fim do primeiro semestre ou início do segundo semestre, segundo o secretário adjunto de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Moacir Bertol. Esse será um dos principais empreendimentos de transmissão a ser leiloado em 2015, com mais de 2 mil quilômetros de extensão de linha.



Vencedoras. O principal lote do leilão, que vai conectar parques eólicos na Bahia para o escoamento da energia ao Sistema Interligado Nacional, ficou com a espanhola Cymi, que apresentou lance de RAP de R$ 144,6 milhões, representando um deságio de 1,51% ante o máximo permitido.



Já a CPFL Geração, do grupo CPFL Energia, levou o lote I, em São Paulo, com deságio de 32,59%. A empresa receberá uma RAP de R$ 10,8 milhões por ano quando o empreendimento estiver em operação.



Além de não ter ocorrido mudança nas condições do leilão em relação ao anterior, em 2014, em que cinco lotes ficaram sem interesse, o leilão de ontem ainda teve uma redução da disponibilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamentos.



O banco anunciou na quinta-feira redução na sua participação nos financiamentos para até 50% e aumento na taxa de remuneração básica para 1,2% ao ano. Além disso, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) está mais alta, a 5,5%. /REUTERS


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http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRKBN0KI16O20150109

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