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Dilma admite que 'esgotou todos os recursos'

Dilma diz que país esgotou 'todos os recursos para combater a crise'. Presidente afirma que política de estímulos sacrificou contas públicas e que, por isso, o ajuste fiscal é importante.
Bruno Rosa e Letícia Fernandes | O GLOBO
12 de março de 2015 às 14:54
 
A presidente Dilma Rousseff ao lado do governador Luiz Fernando Pezão durante solenidade de inauguração da primeira etapa das obras de expansão do Porto - Marcelo Carnaval / Agência O Globo

 

RIO - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que o Brasil passa por dificuldades conjunturais, mas tem "base sólida". Ela admitiu que as políticas de estímulo à economia para enfrentar a crise internacional sacrificaram as contas públicas e que o país não tem mais recursos para combater a desaceleração. Por isso, afirmou, o ajuste fiscal é importante.

O Brasil hoje é um país que tem condições de crescer, de gerar emprego e renda. Passamos por uma conjuntura, a conjuntura é o momento, nós esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou lá em 2009 — disse Dilma, que veio ao Rio participar da solenidade para inaugurar a primeira etapa das obras de expansão do Porto.


Segundo ela, as medidas para amenizar os efeitos da crise não permitiram que o país vivesse "um elevadíssimo desemprego" e "uma redução violenta da taxa de crescimento", como sofreram várias nações no pós-crise. Os instrumentos foram, em suas palavras, "uma política de crédito bastante subsidiada, como também uma política de desonerações fiscais".

Estamos reajustando nossas contas para continuar crescendo. Isso vai se dar nos próximos meses, chegando até o fim do ano. Isso visa a fortalecer a nossa base. Melhorando as contas públicas, melhora o governo. Trouxemos para as contas públicas e o orçamento fiscal da União os problemas que, de outra forma, recairiam sobre a sociedade e os trabalhadores. Agora nós temos de usar outros instrumentos de combate. Nós continuamos combatendo para não trazer para o Brasil desemprego e baixa de crescimentos estruturais e permanentes — discursou ela.


Em entrevista coletiva depois do evento, Dilma afirmou que é uma “obsessão” pessoal manter o crescimento do país.

Essa eu diria que é a minha obsessão. Farei tudo para que o Brasil esteja no ritmo de crescimento. Com o Congresso e o Judiciário. Estamos pretendendo encaminhar um modificação na lei do Supersimples pra impedir o abismo tributário. Pensando em construir uma rampa onde ele possa crescer incorporando o crescimento sem ter de perder muito — disse ela, em entrevista coletiva depois do evento.


A presidente desembarcou no Rio no III Comar, no Aeroporto Santos Dumont, e foi até o Porto do Rio de helicóptero. O Grupo Libra, a Multiterminais Logística Integrada e a Companhia Docas do Rio vão investir cerca de R$ 1,8 bilhão para elevar em 63% na capacidade dos terminais.


NOVAS CONCESSÕES

Sobre as manifestações marcadas para este domingo, Dilma mais uma vez afirmou que é um elemento da democracia, mas que não tolerará protestos violentos:

— Sou de uma época que a gente não podia manifestar, e quando manifestava ia preso. Manifestação no Brasil tem de olhar com absoluta naturalidade, mas nenhum de nós pode aceitar que isso se transforme em violência contra qualquer que seja a pessoa. Pode manifestar, deve manifestar, mas sem violência.


A presidente Dilma disse ainda que vai iniciar um novo processo de concessões no Brasil. Segundo ela, serão leiloados aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias.

Queria falar um pouco sobre esse novo processo de concessões. Vamos dar início a concessões na área de aeroportos, além das seis que já fizemos, que foi Rio, São Paulo, Brasília, Viracopos, São Gonçalo do Amarante e Minas Gerais. Estamos estudando várias alternativas. Algumas já têm um nível maior de definição. Mas ainda está em discussão Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e tem mais outras. Pode ter mais outras. Estamos estudando várias hipóteses — detalhou ela.


A presidente também destacou os trabalhos no setor portuário. Ela lembrou que, com a Lei dos Portos, já foram liberados 24 terminais de uso privado (TUP). Segundo Dilma, esses 24 TUPS totalizaram R$ 11 bilhões.

E vamos continuar nesse processo porque esperamos que o Tribunal de Contas da União libere a ossibilidade de fazermos arrendamentos em outros portos do país. Estamos aguardando. Vamos continuar nas rodovias, vamos prosseguir na de ferrovias e vamos dar importância muito grande a questão hidroviária. O Brasil precisa usar todos os seus caminhos hidroviários — destacou Dilma.


O ministro Edinho Araújo, da Secretaria de Portos, também fez referência ao ajuste fiscal.

A eficiência e a expansão portuária darão o progresso e desenvolvimento de que tanto precisamos nesse momento de ajustes do ministro Joaquim Levy — disse Edinho.


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