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Senador Fernando Bezerra sob investigação

MPF pede abertura de inquérito sobre Fernando Bezerra na Lava-Jato. Eleito em outubro do ano passado, senador ficou de fora da lista dos processos abertos na última sexta-feira.
Carolina Brígido | O GLOBO
13 de março de 2015 às 00:02

BRASÍLIA – O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) instauração de inquérito para investigar a participação do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) nas fraudes da Petrobras desvendadas pela operação Lava-Jato. Se autorizado pelo ministro Teori Zavascki, serão 26 inquéritos abertos na mais alta corte do país contra autoridades suspeitas de integrar o esquema.


Conforme O GLOBO revelou no início da semana, Bezerra ficou fora da lista de 12 senadores que começaram a ser investigados nos primeiros 25 inquéritos abertos na última sexta-feira. Segundo a assessoria de imprensa de Janot, a demora para enviar o pedido contra Bezerra era porque ainda tinha uma diligência pendente. E, para não atrasar os demais pedidos, o do senador ficou por último.


Bezerra teria pedido ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa uma doação de R$ 20 milhões para a campanha de Eduardo Campos (PSB) à reeleição ao governo de Pernambuco em 2010. A acusação foi feita por Paulo Roberto em um dos depoimentos prestados no acordo de delação premiada. Com Bezerra na lista, agora são 50 investigados no STF – entre eles, 13 senadores e 22 deputados, inclusive o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RJ) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).


No resumo feito pela Procuradoria Geral da República sobre os citados na delação, são descritos os seguintes cargos ocupados por Bezerra: secretário de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (2007) e presidente do complexo industrial portuário de Suape (2007). O político do PSB, no entanto, também exerceu o cargo de ministro de Integração Nacional no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff e foi eleito senador em outubro passado.


Segundo a delação de Paulo Roberto, Bezerra pediu, "por intermédio de Alberto Youssef (o doleiro que também fez delação)", a quantia de R$ 20 milhões para a campanha à reeleição de Campos. Uma tabela que resume o depoimento informa que Paulo Roberto "afirma que Youssef posteriormente lhe confirmou a entrega dos R$ 20 milhões solicitados por Fernando Bezerra para a campanha de Eduardo Campos". O dinheiro teria sido entregue no início de 2010.


A contribuição teria sido proveniente do consórcio Ipojuca Interligações, com obras na refinaria Abreu e Lima, que usa o porto de Suape. Iesa e Queiroz Galvão são as empreiteiras que integram o consórcio. "As empreiteiras encaravam tais contribuições como 'empréstimos', ou seja, esperavam ter o retorno desses recursos por meio das obras que seriam feitas no futuro", disse o ex-diretor na delação.


O valor repassado à campanha de Campos, segundo Paulo Roberto, foi um "adiantamento" do percentual de 1% que seria repassado pelas empreiteiras ao PP. No campo sobre as providências a serem adotadas, a PGR fala no "envolvimento de ex-governador (já falecido) em irregularidades" e em "menção a senador sem indicação objetiva de irregularidades". A referência é ao senador Delcídio Amaral (PT-MS), citados apenas como o responsável por indicar Nestor Cerveró à diretoria da Área Internacional da Petrobras.

 

Campos morreu em um acidente aéreo em 13 de agosto de 2014, dois meses antes da disputa presidencial. Ele era candidato à Presidência pelo PSB.


A assessoria de imprensa de Bezerra informou que o senador “recebeu com perplexidade sua inclusão entre os agentes políticos investigados na Operação Lava Jato” e que o nome do político foi “tardiamente relacionado na lista, quando o Ministério Público Federal já havia concluído esta etapa”.


O senador afirma que em 2010 não ocupou nenhuma coordenação na campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Campos e que não conhece nem teve contato com o Youssef. Sobre os contatos com o então diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o senador afirma que “foram estritamente institucionais, próprios do cargo que ocupava no Estado de Pernambuco”.



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http://oglobo.globo.com/brasil/mpf-pede-abertura-de-inquerito-sobre-fernando-bezerra-na-lava-jato-15580131#ixzz3UEOYrpMr 

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