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"Transposição é obra eleitoreira", afirma bispo

Bispo que fez greve de fome contra transposição do rio São Francisco aponta 'uso eleitoral' da obra.
Daniel Carvalho, de Recife | Folha de São Paulo
06 de dezembro de 2013 às 19:45

Oito anos após sua primeira greve de fome contra a transposição do rio São Francisco, o bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, 67, aponta uso eleitoral da obra pelo governo Dilma Rousseff.

"O que está caminhando é uma propaganda política usando a transposição em vista das eleições do ano que vem, porque obras mesmo não estão acontecendo".

 

Em 2005, Cappio passou 11 dias sem comer em protesto contra o projeto. Pelo mesmo motivo, ficou 23 dias em jejum em 2007. Ele diz que seu protesto foi um "grito" que motivou uma "compreensão diferente" da realidade do rio. "Ele [protesto] aconteceu no momento certo e atingiu os objetivos."

 

Frade franciscano formado em economia, Cappio diz acreditar que a obra iniciada em 2007 nunca será concluída. A mais recente previsão do governo federal é terminá-la em 2015, após o fim do governo Dilma.

"Ela é economicamente errada, ecologicamente errada, juridicamente anticonstitucional, socialmente é um absurdo prejudicial. Não é aprovada em nenhum quesito", afirmou o bispo.

Apesar de o governo federal já ter gastado mais de R$ 3,5 bilhões e prever consumir outros R$ 4,2 bilhões até o fim de 2014, dom Cappio sugere que a obra seja refeita de maneira diferente.

 

O religioso defende a construção de adutoras e a implementação de obras hídricas previstas em estudo da Agência Nacional de Águas.

"A melhor atitude do governo neste momento é reconhecer: erramos e vamos começar tudo de novo pelo caminho certo", afirmou. "Já jogaram [fora o dinheiro executado na obra] e vão jogar outro tanto e nada vai acontecer", disse Cappio.


OUTRO LADO

Segundo o Ministério da Integração Nacional, a transposição do rio São Francisco tem o objetivo de garantir a segurança hídrica de cerca de 390 municípios em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, beneficiando 12 milhões de pessoas.

 

O ministério informou que, antes de optar pela transposição, avaliou possibilidades como uso de águas subterrâneas, dessalinização e reaproveitamento de águas, uso de cisternas para a captação de chuva, integração com bacias hidrográficas e novos açudes.

"Nenhuma das alternativas estudadas apresentou melhores resultados do que a integração de águas do São Francisco com as bacias do Nordeste Setentrional", informou a pasta em nota.

 

Leia mais em:

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/12/1381665-bispo-que-fez-greve-de-fome-contra-transposicao-aponta-uso-eleitoral-da-obra.shtml

 

 

 

 

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